Dopo aver convinto il mondo che l’alcool di canna è un bene per l’ambiente , il Brasile si sta lasciando sfuggire il business per mancanza di investimenti
O governo brasileiro se empenhou, nos últimos anos, em convencer o mundo das vantagens do etanol, pregando uma revolução energética com o combustível renovável. A cruzada, que incluiu o discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2007, foi tão convincente que ajudou a mudar paradigmas. A própria ONU “absolveu” o álcool de cana-de-açúcar, acusado, até então, de ameaçar a segurança alimentar, por concorrer na ocupação de terras com as lavouras de grãos e cereais.
Neste ano, a produção no País deve cair pelo quarto ano seguido. Mesmo com a entrada em circulação de dois milhões de veículos flex novos a cada ano no mercado, que poderiam estar sendo abastecidos com etanol, o consumo do biocombustível voltou aos níveis de 2008, antes da crise mundial. Uma série de fatores explica esse paradoxo. Os canaviais envelhecidos – 20% da lavoura precisa ser replantada anualmente – e três quebras seguidas na safra derrubaram a produtividade e as receitas do setor. Na safra 2011/2012, a indústria sucroalcooleira colheu 69 toneladas de cana por hectare, volume equivalente ao do início da década passada.
A hecatombe financeira de 2009 também castigou as empresas do setor. “Houve um atraso nos investimentos devido à crise mundial, e depois o clima não ajudou”, afirma Antônio de Pádua Rodrigues, presidente interino da União dos Produtores de Cana-de-Açúcar (Unica). A demora em tirar do papel novos projetos manteve a oferta do combustível limitada, gerando um círculo vicioso: para o motorista, abastecer com etanol só é interessante quando seu custo é inferior a 70% do preço do litro da gasolina. Hoje, isso só acontece em quatro Estados, onde houve desconto de ICMS para o insumo – São Paulo, Goiás, Paraná e Mato Grosso – porque a produção escassa mantém os preços elevados na bomba no resto do País.
A equação desfavorável ao combustível alternativo fez a demanda cair 22%, entre janeiro e outubro deste ano. Por ora, o governo garante que monitora o equilíbrio entre a oferta e a procura de etanol no País. Mas suas próprias avaliações demonstram que há um potencial de negócios que pode permanecer inexplorado pelo Brasil nos próximos dez anos. Até 2021, a demanda doméstica do produto deve triplicar para 61,6 bilhões de litros anuais, segundo o Plano Decenal de Energia, formulado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Para dar conta desse volume, 150 novas usinas teriam de ser construídas até 2020, segundo a Unica.
Segundo a DINHEIRO apurou, muitos empresários solicitaram ao Ministério das Minas e Energia a adoção de subsídios para a produção de etanol, mas não foram atendidos. Procurado, o ministério não concedeu entrevista. Outra questão é a política de preços da gasolina. Para não haver impacto nos índices de inflação e na atividade econômica, o governo foi prudente e não seguiu aqui dentro o aumento da cotação do petróleo no mercado internacional. Com isso, a competitividade do combustível de cana no varejo é menor, reclamam os produtores. “O preço da gasolina é irreal, cria um limite que não paga os custos de produção do etanol”, diz Antônio Alvarenga, presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).